quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Medina vence Kelly Slater no Tahiti


Esta segunda-feira, 24/8/14, entrou para a história do surf brasileiro quando Gabriel Medina conseguiu vencer o lendário Kelly Slater, em Teahupoo no Tahiti.  De um lado, o onze vezes campeão mundial de surf, esbanjava experiência e incrível forma física aos quarenta e dois anos, enquanto do outro lado, um garoto, de apenas vinte anos, mostrava grande intimidade com o mar e domínio das ondas.    O confronto foi de tirar o fôlego daqueles que acompanhavam a terceira etapa do campeonato.   Ondas gigantes e perfeitas de 3m a 4m avançavam com enorme velocidade na bancada de corais mais perigosa do mundo. 
A disputa foi tensa, e por uma diferença pequena de pontos Medina venceu esta etapa, abrindo oito mil pontos em relação ao segundo colocado (K. Slater) na classificação geral deste ano. Este resultado acende a esperança do Brasil em ganhar o tão sonhado primeiro título mundial de surf.
As ondas do mar são ondas mecânicas, e assim como qualquer outra, estão sujeitas aos chamados fenômenos ondulatórios da natureza.  Na maioria das vezes as ondas do mar formam-se em grupos (os surfista chamam estes grupos de série), e depois por alguns instantes, as ondas cessam, para voltar a formar um novo grupo.  A velocidade do grupo é diferente da velocidade de cada onda dentro do grupo, a esta, chamamos de velocidade de fase.

Quando assisti a bateria final deste campeonato fiquei me perguntando qual seria a velocidade que o competidor teria para sair do tubo e não ser engolido pela onda?  Tomando a aproximação que a velocidade de grupo é igual a velocidade da crista da onda, podemos usar a expressão v=sqrt(gh), onde g=9,8m/s2, e h é a altura da onda até o assoalho oceânico.  Supondo que a bancada de corais tem entorno de 3m de profundidade, h=7m, logo, Medina e Slater surfaram com velocidades superiores a 29km/h, no momento que o tubo estava na abertura máxima, para não serem engolidos pelas ondas. Esta velocidade não parece tão grande, mas se a gente lembrar que eles estavam soltos em cima da prancha, contanto apenas com o equilíbrio do corpo e lutando com a inércia do mesmo, nestas condições ela é enorme!